Neste domingo, festividade da Ascensão, temos a última aparição de jesus e o dia que os discípulos recebem o grande mandato de Jesus: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, Filho e do Espirito Santo”(cf. Mt 28,19). Após 40 dias, depois de sua ressureição, onde Jesus apresentou-se aos discípulos. Quarenta dias nos lembram o caminho do deserto, o tempo de Noé na Arca, os quarenta dias que Jesus ficou recolhido. Jesus, agora volta para o Pai. Nos enviará o Espirito Santo, e delega a responsabilidade de anunciar tudo o que fez aos discípulos e também a cada um de nós.
A primeira leitura, Lucas, autor dos Atos, no início do livro, faz uma narrativa completa da Ascensão. Encontramos dois pontos importantes: o primeiro o autor afirma que testemunhou tudo o que Jesus fez.Fala de um certo Teófilo, um nome para representar todos aqueles que estarão abertos a acolher o anúncio do evangelho. Um segundo momento, Lucas recorda que os discípulos, depois de serem instruídos pelo Espirito Santo, que os impulsionariam para a evangelização recebem o mandato. Interessante que o texto nos mostra, que os discípulos depois que viram Jesus subindo aos céus em meio as nuvens, permanecem atônitos. Nuvens nos lembram o Antigo testamento, nos lembram o profeta Elias. Dois homens, em forma de anjos, aparecem e dizem: “porque vocês estão olhando para o alto, ele voltará um dia” (cf. At 1,1-11).
No evangelho, Mateus, que é lido neste ano A, concluiu a sua narrativa com a Ascensão. Relata que os discípulos estão sobre o monte, na Galiléia, que Jesus lhes tinha indicado. Jesus aparece e faz este grande apelo: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos”. É o grande pedido deixado por Jesus aos seus discípulos. Vemos hoje, quanto difícil é evangelizar, como se instrumentaliza a Palavra de Deus, como se brinca com Deus. Quanto a Igreja precisa de uma nova evangelização. Batizar é mais do que um ato, é apostar uma vida com Cristo. Neste tempo de pandemia quanto temos visto a falta de equilíbrio, falta de respeito humano (Mt 28,16-20)
A segunda leitura, Paulo dirige-se a comunidade de Éfeso, reconhecendo Jesus, como o grande centro da vida.
Paulo pede que a cada um seja dado o espirito de sabedoria, para conhecer a Cristo. Que todos os habitantes de Éfeso abram o coração para este anúncio que está sendo feito. Paulo dirá que Cristo é a cabeça da Igreja e todas as coisas estão submissas (cf. Ef 1,17-23). Vejamos algumas aplicações:
a. Da primeira leitura, olhemos para o que dizem os dois Homens: O que vocês estão ai fazendo?
O grande apelo que Jesus deixa para os discípulos, hoje, é dirigido para nós batizados. Lembramos aqui o grande pedido do papa Francisco: sejamos “uma Igreja em saída”.
b. O evangelho nos mostra quanto caminho temos que fazer em nossas comunidades. Tornar a nossa vida cristã, cada vez mais integrada entre a manifestação da fé e a vida.
c. Outra lição que tiramos vem da carta de Paulo. Tenho a sensação de que a Igreja perdeu seu espaço. Como somos fracos na evangelização, perdemos muito do valor da sacralidade, nos apegamos ao preceitualismo. Deixamos de influenciar nos comportamentos.
Neste domingo celebramos o dia mundial das comunicações. De modo especial lembramos todos os que trabalham na cultura da comunicação. Lembramos da iniciativa do Bem aventurado Pe. Tiago Alberione, por ter dado a Igreja esta nova expressão de evangelização, a utilização dos recursos da comunicação.
Pe. Mário Pizetta,ssp
Pároco